Cardio X DSE

Se você já frequentou uma academia com certeza ouviu a expressão “fazer um cardio”. Frequentemente utilizada por profissionais e praticantes de atividade física o termo cardio refere-se ao treino com ênfase no sistema cardiovascular, tendo como objetivo, por exemplo, elevar a frequência cardíaca. Além da melhora do ritmo cardíaco, o aumento da resistência física e o gasto calórico são fatores que os praticantes buscam ao realizarem esse tipo de atividade. Exercícios cíclicos são utilizados em quase 100% dos casos e a estratégia adotada é de um longo período de duração (30 a 60 minutos) com baixa intensidade (60 a 70% da frequência cardíaca máxima), por exemplo. Essas características apontam que o treino cardio quando realizado dessa maneira utiliza a via metabólica aeróbia.

​O metabolismo aeróbio é muito importante para os seres humanos, uma vez que ele é o principal responsável por fornecer energia ao corpo em estado de repouso, além de ser a base para praticamente todas as atividades que requerem mínimos esforços. No dia-a-dia, ao assistir tv, no trabalho, caminhar com o cachorro e até mesmo lendo esse texto o metabolismo aeróbio está ativo e predominante. Corridas de rua, ciclismo e travessias aquáticas, são exemplos de esportes onde há predominância aeróbia.Contudo, o metabolismo aeróbio fornece energia através de uma série de reações químicas que ocorrem dentro do organismo, o que demanda um tempo para que todo o processo ocorra. Quando os indivíduos necessitam realizar atividades em zonas de alta intensidade a via aeróbia, na maioria dos casos, não será capaz de suprir e fornecer energia na velocidade imposta pela tarefa.

Desse modo, quando o organismo necessita de energia de forma rápida outras vias são sinalizadas, permitindo que a ação ocorra. O nome dado às outras vias metabólicas é anaeróbio alático e anaeróbio lático, e a principal diferença entre elas é justamente o tempo que demoram (número de reações químicas que ocorrem) e o quanto de energia produzem ao corpo. Para você entender melhor alguns exemplos do dia-a-dia. Alguma vez você avistou o ônibus e ainda não estava no ponto? Aquela corrida de um quarteirão só foi possível graças ao seu metabolismo anaeróbio. Ou quando criança apertando a campainha do vizinho e saindo correndo. Certamente você já pulou o mais alto possível para pegar algumas frutas na casa da vó. Todos esses exemplos máximos ou submáximos necessitam dentre outras coisas de uma via que não a aeróbia para fornecer energia e completar a atividade. No esporte, o drible do Neymar e a arrancada até o gol, o sprint do Usain Bolt nos 100m e até do maratonista avistando a linha de chegada, o saque potente do Rafael Nadal no tênis ou até a cortada do Giba do vôlei. Até mesmo um lançamento de dardo ou uma repetição máxima de supino necessita do metabolismo anaeróbio para fornecer energia.

Assim como o treino contínuo de intensidade baixa-moderada, é possível realizar treinos intervalados de alta intensidade. O mesmo tende a ser mais dinâmico e motivacional, além do gasto calórico alto durante o exercício permite que o corpo continue a gastar caloria após o treino, já que o organismo continuará trabalhando para retornar ao estado basal. O fato, portanto, é que o treino cardio pode e deve ser além do treino aeróbio. Como visto em bons casos acima, também é possível desenvolver os outros sistemas energéticos, basta entender suas necessidades, a especificidade do seu esporte, do seu trabalho, de suas atividades diárias ou do seu hobbie e programar e planejar os métodos, ferramentas, características dos estímulos do treinamento.


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